26 novembro 2009

Das cartas rasgadas


sem

sexo
não
tem
nexo


a palavra martela a mente, o corpo não vai no vai-vem, a mão não vem no vai-vem, nem o dito cujo. o dito cujo? cuja! e já cujou e muito. cujaria mais.


apêndice:

um beijo alivia a alma, um beijo mantém a sanidade, um beijo não permite a loucura dos meus versos acima, um beijo não me condiciona ao descabido: eis o beijo para anunciar o próximo beijo. um beijo desmede o ato de sentimentalidade e o anúncio do desejo arrebatador. o beijo é a boca que ilude e desnuda a emoção, eis o abalo passional?

19 novembro 2009

das cartas secretas

00:13 am

, o café se predestina ao ócio ao meu lado, tende a língua secamente inválida depois do sexo de ontem. os minutos foram prazerosos? não foi o café que concebeu a ausência da sonolência, mas sim as marcas das suas unhas cicatrizando minha pele de tamanha luxúria íntima.

00:44 am

, sinceramente, o meu corpo estaciona a minha vocação para amar e não ser correspondido. sorvo meu café, plenamente gelado, para questionar a minha invalidez diante do nada: como posso perdurar o gozo que tanto desmede prazer às minhas horas inabaláveis?

00:57 am

, tenho trancafiado em mim: alternativas corruptas dos medos da solidão: o pacto é saber que nenhum prazer possibilita a juventude eterna. eternidade é transar 24 horas? eternizar é gozar o jorro da felicidade pessoal. meu café azeda a minha própria seiva da solidão cotidiana: é compreensível? nem eu mesmo tenho o entendimento do coração a pulsar. meu desejo é morrer pra renascer:

30 agosto 2009

dos diários sinceros

e embala o corpo todo com beijos precipitados, com o suor dos lábios de desejos ardentes. e embala as vontades com a ternura do sentimento sexual, embala o momento com as sinceridades dos toques precisos. e embala os gemidos com ardência dos afagos, os carinhos concretos de tesão. e embala as mãos nos pelos, as sensações expressas em gestos selvagens.

19 agosto 2009

das memórias de hoje

eis o exercício da aprendizagem: imerso no acaso, surge o inesperado.

eis que surge todo embriagado de paixão à primeira vista, determinado em inúmeras coincidências e predestinado às afinidades incondicionais. eis que determina todo o meu foco e direção, propicia o reinado de tesões absolutos e concretiza um momento a dois beirado ao supremo. eis que me surge e eu quero mais. eis que declama todos seus versos de paixões frustradas para justificar a nossa vastidão de fidelidade. eis que surge como um devorador de meus pecados, disposto a viver integralmente ao meu lado sem medo. eis que não teme as dificuldades ao redor, desmede seus atos de pura fúria do amor inabalável. eis que eu quero sempre mais...

11 julho 2009

das carências afetivas íntimas

determinada carência provoca em mim um assombro: é um pesado ficar imerso no condicionamento da solidão. e eu me desespero, eu me desespero. a aflição de querer alguém para o compartilhamento do cotidiano, alguém para finalizar as práticas do prazer incomensurável. quando sozinho, sou um humano predestinado ao vazio de um dia sem noite: é como um sufoco, um grito que jamais tem eco. louco é quem está sozinho.

determinada carência é não enxergar um amante no meu espelho de vida, é almoçar num prato silencioso: é transar sem ouvir os gemidos. a solidão realiza a ausência do sol na noite em mim, é um pacto de lamúria com minha alma única. e eu me desespero, eu me desespero: sem prazeres diversos, sou submisso ao tédio de toda uma loucura em torpor. das carências afetivas íntimas: eis o livramento com o meu recuso: almejo a liberdade de viver ao lado de minha metade, isso só me basta.

19 junho 2009

das cartas evidentes

entre meus dedos, a esperança solicita o nosso firmamento: é um desacordo ter esse oferecimento entre as pernas. é uma fúria esse enlouquecer ao teu lado, como um pacto efervescente de paixão inabalável. eis o que sinto: tudo tende ao fortalecimento do sentimento, sem final aparente. entre meus dedos: te desejo tão len-ta-men-te. quero a providência de estar predestinado ao incondicional da nossa relação a dois, o pacto é ter menos medo para amanhecer um dia maior. entre meus dedos, você é a verdade absoluta que me inibe: pois o teu corpo é uma alma absoluta sobre meu império de sentidos.

02 junho 2009

das cartas sentimentais

, finalmente decidi pensar: contigo alcanço a plenitude da felicidade. não temo o que existo, somos um único sentimento que impulsiona a verdade: o amor. não é ter você que me satisfaz - é saber que você me ama por eu ser somente seu. pois sim, a possessividade reina o absoluto do sexo mesclado com o sentimento terno. um só, um e dois. então, todo o cotidiano é reinado que realiza a sabedoria do gozo firmado na excelência da fidelidade, o que o corpo pede é recurso para amparo da viabilidade da alma e só - o corpo reina, assim, com o pacto da sintonia da alma. finalmente decidi amar você para toda vida e eu mereço. então hoje pensaremos mais únicos, merecedores do que colhemos diariamente. finalmente decidi pensar:

16 maio 2009

das cartas rasgadas


se eu pedir: devore-me agora mesmo, com menos medo e mais intensidade: é possível? mas eu te peço que tenha a piedade de agir, o receio não é necessário. eu peço, pois tenho desejo de hoje apenas. mas quero ser seu esta noite com princípio de toda eternidade, com a verdade de estar totalmente entregue a ti - de corpo em alma.

pois preciso que você me devore com vontade o meu corpo, pois transa-me!

mas te digo, ao pé do ouvido: meu corpo treme com sua presença, minha carne é fria pois sente a falta de sua carne quente. se você desistir, não serei mais corpo - mas, uma alma perdida na teia terra do mundo. eu quero que você me devore, assuma seu domínio sobre o meu. sem medo, pois eu te peço: exerça!

21 abril 2009

das cartas dentro do quarto

então, todo fetiche é proporcional ao que desejo: o pacto é ternura, mas tem forte poder em mim. te quero assim todo despido, todo voraz, todo real. então, estou entregue aos seus comandos e faço o que manda. quer meu corpo? quero sua alma na minha, colada e sem interrupções do ato.

quero que exerça sua selvageria sobre mim, impere seus sentidos desde já!

então, permaneço deitado a sua disposição. não tenho meu corpo cansado, na cama mesmo eu concebo gemidos intermináveis ao pé do seu ouvido: amplamente submisso aos seus pedidos. sentimental sou, porém ainda mais sexualizado. a sensualidade é incenso no ambiente a dois. o pacto? ter no beijo a doçura da saliva que é puro suor mesclado de tesões absolutos. então, quero mais.

11 abril 2009

das cartas poéticas intermináveis

é como uma febre: pois se apodera de meu ser, repleto de intensidade nada moderada. tamanha glória é ter por perto, pois sei que não posso impedir que me devore. a vontade é estar por toda vida, entregue ao pacto de desejo e amorosidade. é como uma febre: queima meu corpo e minha alma torna-se capaz de transcender vontades. o que parece ser: queima dentro e fora de mim, o clamor é puro amor! é puro amor! é como não segurar o instinto: o que está contido é pura carne vibrando a outra carne, o corpo pede a não ausência da paixão - e isso é quebrar as regras da formalidade, afinal quando se ama a febre de paixão: tudo é possível perante a carne e a alma.

10 abril 2009

das cartas secretas

por ter assim toda a medida da paixão, eu me perco em últimos pensamentos relaxando a atenção. por ter assim a medida da sensualidade, posso conquistar você pra mim incondicionalmente. por ter assim a medida da verdade: o contexto é amar para ser amado, resolução prática.

medida
de
amar
você?

31 março 2009

dos diários de minha consciência

tenho em mim todos os sonhos, nem todos são concretos, contudo a vida flui de maneira mais racional que emoção efervescente. tenho em mim os sonhos de me tornar o homem ideal a mim mesmo. é possível uma idealização íntima? tenho em mim a verdade de caminhar no ritmo de minha consciência, não tenho medo de nada: sigo no embalo de minha existência que, atualmente, é mais existente que há anos atrás...