11 julho 2009

das carências afetivas íntimas

determinada carência provoca em mim um assombro: é um pesado ficar imerso no condicionamento da solidão. e eu me desespero, eu me desespero. a aflição de querer alguém para o compartilhamento do cotidiano, alguém para finalizar as práticas do prazer incomensurável. quando sozinho, sou um humano predestinado ao vazio de um dia sem noite: é como um sufoco, um grito que jamais tem eco. louco é quem está sozinho.

determinada carência é não enxergar um amante no meu espelho de vida, é almoçar num prato silencioso: é transar sem ouvir os gemidos. a solidão realiza a ausência do sol na noite em mim, é um pacto de lamúria com minha alma única. e eu me desespero, eu me desespero: sem prazeres diversos, sou submisso ao tédio de toda uma loucura em torpor. das carências afetivas íntimas: eis o livramento com o meu recuso: almejo a liberdade de viver ao lado de minha metade, isso só me basta.