28 junho 2008

dos diários íntimos

É todo o não entendimento, é a falta de diálogo, é o absurdo de não compreender a ausência nas pequenas coisas - o ato de bondade parece não existir nesse momento, a única alternativa é o calar-se perante a lei do nada. O que é o nada? É perceber que nem sempre temos tudo que queremos - o tudo então? pois sim, esse tudo parece o próprio padecer. É toda a falta de realidade no momento que parecia ser imaginário. Minto: é toda falta de imaginação no ideal da falsa realidade aparente. E a escolha é não saber o que fazer nesses segundos de decepção que tardam a falhar continuamente. O tempo passa, as horas também, as decepções não. Não? Não. Meu pânico tem uma dúvida que nunca se desintegra: perdura...

Mas o medo é real, é verdadeiro e único. Não sei se prossigo, mas sei que vivo imerso nessa incerteza de que os sonhos não se realizam - mas são sonhados, apenas sonhados com o intuito de torná-los reais, coisas que não acontecem de fato. Meu medo é meu medo agora. Qual medo? O de saber que me perderei cada vez mais, dia após dia...mas a vida segue, verdadeira, nessa teia da minha própria imaginação de sonhar.

22 junho 2008

das cartas rasgadas

E tenho o medo de não prever mais os olhos do meu futuro, pois achei que tinha as rédeas de minha própria submissão - o engano foi achar que tinha controle nas pequenas coisas, hoje tudo é surpresa. Não posso planejar mais minha visão de vida, mas sei o que sinto. A única certeza? O que se incendeia aqui dentro, o que jamais se apaga. Tudo que enxergo é o que eu vivo...

15 junho 2008

dos pensamentos verdadeiros

A descoberta de acordar imerso num novo sentimento, vibra um novo conselho do dia em dizer que há uma outra sincera verdade - a de que o amor nasce com o dia e não deve morrer com ele, mas perdurar em provocações diárias. Entre um dia e outro, provar mais deste sentimento, sem ter medo de presenciá-lo. O bom é ter o acordo do dia com a noite, do amor com a paixão - mesma coisa sensata do coração. Qual coisa? A coisa de que não se sabe se é eterno, mas que deve ser intenso enquanto se sustente. E descobrir-se único, pleno, verdadeiro de conceber o sentimento ao outro. A oferta é amar sempre, este é o pacto da vida em si.

13 junho 2008

dos diários declarados ao amante

ah, como sou único diante de sua verdade de mundo.
ah, como sou possuído por sua sensibilidade.

e me sinto teu, parte de sua seiva-bruta que me torna: seiva-elaborada. meu amor, razão de me tornar vivo, de pés descalços estou nessa terra humana de decepções. eu, seu único, permaneço imerso - dentro de sua carne, feito pacto-sentimental. quero chegar em ti, um zelo de flechar sua alma em coração. mas poderei isso? mas basta você querer. e eu tenho em ti o pensamento por trás de meu sentimento, sinto necessidade de você - tenho em ti minha essência de ser...

a verdade é: é como perceber que o destino une aquilo que o coração pede. a carne é o universo da contemplação do desejo e sentimento, é como perceber que há esperança em afinidades múltiplas - todos estamos predestinados a viver o inesperado: e um dia tudo há de acordar para conceber a felicidade eterna.

E viver é estar para amar.
E amar é estar para viver.

08 junho 2008

dos diários da madrugada

e eu quero a verdade limpa, sem o medo do desprezo - pois o que há em mim é a verdade repleta da minha própria integridade. e o medo provoca a falta de escolha, a não decisão dos atos. pra completar, é o que sinto: o resto de todos meus medos acumulados, bebidos num único gole.